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sexta-feira, 30 de junho de 2017

A DENÚNCIA CONTRA TEMER

O clima político da Câmara dos Deputados entrou em ebulição, logo depois que a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, enviou para aquela Casa a denúncia formulada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Michel Temer que o acusa de ter praticado corrupção passiva.

Partidos da situação e da oposição apressaram-se em analisar qual seria o comportamento de cada um dos seus membros que fazem parte da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

A ordem geral é retirar da CCJ aqueles membros considerados pouco confiáveis e indicar para seus lugares outros que votarão conforme orientação do partido.

O PSB, por exemplo, já trabalha para substituir dois dos seus membros na CCJ, enquanto o PSDB, que faz parte da base aliada, mas, costuma ficar em cima do muro em casos complicados como este, decidiu liberar a sua bancada, ou seja, cada um dos seus membros votará segundo a sua própria consciência.

A denúncia contra Michel Temer, aliás, já foi lida para um plenário quase vazio da Câmara dos Deputados, na tarde desta quinta-feira, 29,  pela 2ª secretária, deputada Mariana Carvalho, e o acusado – Temer jamais imaginou ser chamado de acusado em tão pouco tempo –, após devidamente citado, terá até 10 sessões legislativas para apresentar a sua defesa.

Concluída todas essas formalidades, as atenções dos brasileiros estarão voltadas para a CCJ da Câmara dos Deputados, palco inicial da discussão em relação à autorização para o STF processar Temer, que deverá elaborar o seu relatório e encaminhá-lo para o presidente da Mesa Diretora, Rodrigo Maia, aliado de primeira hora de Temer, a quem cabe colocar a matéria na pauta.

Se o plenário da Casa autorizar a abertura do processo, Temer será afastado por até 180 dias, enquanto o Supremo Tribunal Federal julga a denúncia da Procuradoria-Geral, sendo substituído nesse tempo - que suprema ironia - pelo presidente da Câmara dos Deputados, deputado Rodrigo Maia.