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sexta-feira, 30 de junho de 2017

QUAL O TAMANHO DO PODER DE GILMAR MENDES?

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, que, também, exerce as funções de presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), há algum tempo vem andando com certa desenvoltura pelos subterfúgios do poder em Brasília.

Reconhecido como um dos membros do poder judiciário mais envolvidos com as atividades políticas do país, Gilmar Mendes conversa com presidentes e candidatos ao cargo máximo da república desde os tempos do governo de José Sarney, com quem tem uma sólida amizade.

À época do governo Lula, por exemplo, a imprensa nacional noticiou que o ministro e o então presidente tiveram conversas reservadas, fora da agenda presidencial, para tratar de assuntos relacionados ao mensalão.

Quando assumiu uma vaga de ministro do TSE, Gilmar Mendes protagonizou uma declaração de voto das mais extravagantes naquele tribunal, quando defendeu a concessão de registro partidário para o Rede Sustentabilidade, da ex-senadora Marina Silva, que apresentou, entre as listas de apoiadores, milhares de assinaturas sem a devida comprovação do seu titular.

O voto de Gilmar Mendes foi o único favorável ao partido que recebeu o registro definitivo posteriormente, ao apresentar as listas de apoiadores em conformidade com a lei.

Gilmar Mendes, também, trabalhou fortemente no TSE até conseguiur desarquivar o processo que havia sido movido pelo PSDB, pedindo a cassação da chapa Dilma/Temer por abuso de poder político e econômico.

O ministro do STF, naquela oportunidade, operava em favor do candidato derrotado no segundo turno, o senador afastado Aécio Neves, de quem é bastante próximo, ao ponto de o senador lhe fazer pedidos, como as redes sociais demonstraram recentemente.

A intenção da dupla era que o processo retornasse ao plenário para votação e, sendo julgado procedente, fosse o diploma da chapa vitoriosa cassada, abrindo caminho para a posse de Aécio Neves como o segundo colocado nas eleições.

A estratégia deu errada porque, nesse meio tempo, o Senado Federal decretou o impeachment de Dilma e o vice, Michel Temer, aliado do PSDB, assumiu o governo.

Na votação do pedido do PSDB, depois de um empate em três a três, o ministro Gilmar Mendes deu o seu voto de minerva, considerando improcedente a ação impetrada pelos tucanos.
Nova investida do ministro do STF nos bastidores veio agora a tona, após os telejornais da Rede Globo de Televisão, que avalizou o impeachment de Dilma e a posse de Temer e agora investe contra o seu governo, denunciar que os dois tiveram um encontro fora da agenda, como o que o “presidente” teve com Joesley Batista, um dos donos da JBS.

O motivo do encontro, segundo anúncio oficial, divulgado após o fato ter sido descoberto, teria sido para tratar da reforma política, no entanto, os analistas políticos consideram, mesmo, que os dois reuniram-se tratar da indicação do próximo Procurador-Geral da República.

Gilmar Mendes está em luta aberta com o atual Procurador-Geral, Rodrigo Janot, simpatizante da candidatura de Nicolao Dino, que ficou em primeiro lugar nas eleições realizadas entre os procuradores federais.

Segundo a tradição adotada, a escolha do novo Procurador-Geral, deveria recair na pessoa do primeiro colocado, mas, Temer resolver quebrar essa tradição e, posteriormente ao encontro que teve com o ministro do STF, escolheu a segunda colocada, a Subprocuradora-Geral, Raquel Dodge.

A julgar por toda essa desenvoltura e influência do ministro Gilmar Mendes, não se pode relevar o seu forte poder que é exercido entre os próceres republicanos do país.