O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF),
ministro Gilmar Mendes, que, também, exerce as funções de presidente do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE), há algum tempo vem andando com certa
desenvoltura pelos subterfúgios do poder em Brasília.
Reconhecido como um dos membros do poder judiciário mais envolvidos com as atividades políticas do país, Gilmar Mendes conversa com presidentes e candidatos ao cargo máximo da república desde os tempos do governo de José Sarney, com quem tem uma sólida amizade.
À época do governo Lula, por exemplo, a imprensa nacional
noticiou que o ministro e o então presidente tiveram conversas reservadas, fora
da agenda presidencial, para tratar de assuntos relacionados ao mensalão.
Quando assumiu uma vaga de ministro do TSE, Gilmar
Mendes protagonizou uma declaração de voto das mais extravagantes naquele
tribunal, quando defendeu a concessão de registro partidário para o Rede
Sustentabilidade, da ex-senadora Marina Silva, que apresentou, entre as listas
de apoiadores, milhares de assinaturas sem a devida comprovação do seu titular.
O voto de Gilmar Mendes foi o único favorável ao
partido que recebeu o registro definitivo posteriormente, ao apresentar as
listas de apoiadores em conformidade com a lei.
Gilmar Mendes, também, trabalhou fortemente no TSE até conseguiur desarquivar o processo que havia sido movido pelo PSDB, pedindo a cassação da chapa Dilma/Temer por abuso de poder político e econômico.
O ministro do STF, naquela oportunidade,
operava em favor do candidato derrotado no segundo turno, o senador afastado
Aécio Neves, de quem é bastante próximo, ao ponto de o senador lhe fazer pedidos,
como as redes sociais demonstraram recentemente.
A intenção da dupla era que o processo
retornasse ao plenário para votação e, sendo julgado procedente, fosse o
diploma da chapa vitoriosa cassada, abrindo caminho para a posse de Aécio Neves
como o segundo colocado nas eleições.
A estratégia deu errada porque, nesse meio tempo, o Senado Federal decretou o impeachment de Dilma e o vice, Michel Temer, aliado
do PSDB, assumiu o governo.
Na votação do pedido do PSDB, depois de um
empate em três a três, o ministro Gilmar Mendes deu o seu voto de minerva,
considerando improcedente a ação impetrada pelos tucanos.
Nova investida do ministro do STF nos bastidores veio agora a tona, após os telejornais da Rede Globo de Televisão, que avalizou o
impeachment de Dilma e a posse de Temer e agora investe contra o seu governo, denunciar que os dois tiveram um encontro fora da agenda, como o que o “presidente” teve
com Joesley Batista, um dos donos da JBS.
O motivo do encontro, segundo anúncio oficial, divulgado após o fato ter sido descoberto, teria sido para tratar da reforma política, no entanto, os analistas políticos
consideram, mesmo, que os dois reuniram-se tratar da indicação do próximo
Procurador-Geral da República.
Gilmar Mendes está em luta aberta com o atual
Procurador-Geral, Rodrigo Janot, simpatizante da candidatura de Nicolao Dino, que
ficou em primeiro lugar nas eleições realizadas entre os procuradores federais.
Segundo a tradição adotada, a escolha do novo Procurador-Geral, deveria recair na pessoa do primeiro colocado, mas, Temer resolver quebrar essa tradição e, posteriormente ao encontro que teve com o ministro do STF, escolheu a segunda colocada, a Subprocuradora-Geral, Raquel Dodge.
Segundo a tradição adotada, a escolha do novo Procurador-Geral, deveria recair na pessoa do primeiro colocado, mas, Temer resolver quebrar essa tradição e, posteriormente ao encontro que teve com o ministro do STF, escolheu a segunda colocada, a Subprocuradora-Geral, Raquel Dodge.