Assim como Michel Temer fez com a ex-presidente
Dilma Rousseff, ao negociar com parlamentares e empresários de peso a sua queda
para assumir a presidência da república, o deputado federal Rodrigo Maia,
presidente da Câmara dos Deputados, tem feito nos últimas dias, sob que de uma forma
bem discreta, quase imperceptível.
Maia é o segundo na linha sucessória, portanto,
a saída de Michel Temer da presidência da república implica na sua ascensão ao
poder máximo, a princípio, por 30 dias, mas, em prevalecendo a tese defendida
pelo presidente interino do PSDB, o senador cearense Tasso Jereissati, ele
poderá ser alçado à condição de alternativa viável de união entre setores
importantes das atuais situação e oposição, sendo eleito indiretamente, como
estabelece a Constituição Federal, para completar o atual mandato que se encerra
em 31 de dezembro do próximo ano.
Assessores com transito livre no Palácio do
Planalto já dizem abertamente que Rodrigo Maia foi, definitivamente, picado
pela mosca azul, tanto que tem conversado com políticos importantes e alguns
membros do atual governo, como o ministro da fazenda, Henrique Meirelles,
acerca de uma possível formação de um governo de “transição”.
Para esses assessores palacianos, um indicativo
importante será o parecer do relator Sérgio Zveiter; se este for favorável à concessão
da autorização para abertura de processo contra Temer no Supremo Tribunal
Federal (STF), por prática de corrupção passiva, não restará dúvidas em relação às articulações nos bastidores de Rodrigo Maia para assumir a presidência da
república, com o apoio do seu partido, o Democratas, do PSDB, de parte do PT e
do PMDB, e de alguns partidos satélites, como o PR e o PRB.
Se tudo correr dentro do planejado, o
Democratas, herdeiro maior da Arena dos tempos da ditadura militar, irá assumir
a presidência da república sem que tenha sido sufragado pelo voto popular, como
acontecia, aliás, com os “presidentes” nomeados pela cúpula militar que tomou o
poder civil em 1964.
Mas, será que Rodrigo Maia, sendo eleito
indiretamente pelo Congresso Nacional para ocupar a presidência da república,
conseguirá concluir o atual mandato e passar a faixa presidencial para o
sucessor democraticamente eleito pelo povo nas eleições de 2018?
Talvez!
Assim como ocorre, atualmente, com Michel
Temer, tudo vai depender da Câmara dos Deputados.
Contra Rodrigo Maia corre um inquérito que
poderá se tornar em denúncia apresentada ao STF pela Procuradoria-Geral da
República (PGR) e, nesse caso, caberá aos deputados federais decidirem se
autorizam a abertura do processo contra ele.
E se a autorização for concedida e o futuro
presidente Rodrigo Maia venha a ser condenado e perca o mandato?
Nesse caso, assumiria o poder o futuro
presidente da Câmara dos Deputados que tomaria posse com a eleição indireta de
Maia para a presidência da república.
Ao futuro presidente da Câmara dos Deputados caberia convocar, em trinta dias, novas eleições indiretas que poderia elegê-lo Presidente da República, como poderá vir a acontecer com Rodrigo Maia.
Ao futuro presidente da Câmara dos Deputados caberia convocar, em trinta dias, novas eleições indiretas que poderia elegê-lo Presidente da República, como poderá vir a acontecer com Rodrigo Maia.
Vê-se, portanto, que ocupar o cobiçado cargo de presidente da Câmara dos
Deputados pode ser o caminho mais curto para usar a faixa presidencial, ainda
que seja por pouco tempo.