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quarta-feira, 19 de julho de 2017

ALIADOS "PERO NO MUCHO"

Em público, sob o olhar atento da grande imprensa nacional, Michel Temer e Rodrigo Maia se declaram aliados, dispostos a darem continuidade ao atual modelo político brasileiro e de trabalharem a quatro mãos para a aprovação das reformas propostas pelo governo federal.

Apesar desse aparente clima de fidalguia que tentam passar para a opinião pública, na verdade, um não confia no outro e, cada um ao seu modo, traçam estratégias para um possível e provável enfrentamento que os levarão, certamente, a trincheiras distintas.

Temer pretende continuar ocupando o posto de presidente da república, que herdou graças ao impeachment de Dilma, e precisa contar com a boa vontade de Rodrigo Maia, principalmente, quanto ao destino dos vários pedidos de impeachment contra ele que repousam na mesa do presidente da Câmara dos Deputados e no encaminhamento da votação dos pedidos de autorização para abertura de processo no Supremo Tribunal Federal (STF), propostos pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Já Rodrigo Maia acredita que, se Temer foi condenado pelo STF, ou venha a ter o seu impeachment decretado pelo Congresso Nacional, a sua chance de ser eleito pela via indireta, como, aliás, sustenta o presidente em exercício do PSDB, senador Tasso Jereissati, para concluir o mandato presidencial iniciado em janeiro de 2015 é muito grande.

A recente “disputa” pelos parlamentares que deverão deixar o Partido Socialista Brasileiro (PSB) dão uma mostra clara de que os dois políticos, apesar de negarem, estão em franca disputa.

Logo que tomou conhecimento da investida de Rodrigo Maia sobre os deputados federais dispostos a sair do PSB, capitaneados pela líder do partido na Câmara dos Deputados, a deputada Teresa Cristina, do Mato Grosso do Sul, Michel Temer partiu para o contra-ataque.

Rodrigo Maia trabalha para aumentar a bancada do seu partido, o Democratas (DEM), tornando-o a terceira força política na Câmara dos Deputados, e o ingresso dos parlamentes oriundos do PSB daria uma boa ajuda, mas Temer agiu rápido e foi ao encontro da líder do partido, com o objetivo claro de “melar” as pretensões de Maia.

Numa conversa, fora da agenda oficial, realizada no apartamento funcional da deputada Teresa Cristina, Temer ofereceu o seu partido, o PMDB, para abrigar os descontentes do PSB, além de outras benesses mais que, por razões óbvias, não chegaram ao conhecimento público.

A queda de braço estabelecida entre os dois tende a se acentuar na medida em que se aproximar a data para os deputados federais votarem o pedido de autorização para o STF processar Michel Temer.


E como o que está em jogo é, pelo menos em tese, o exercício do cargo de Presidente da República, o deputado Rodrigo Maia, ainda que declare lealdade ao atual ocupante, poderá trabalhar nos bastidores para conseguir os votos necessários à concessão da autorização, o que seria o fim de Michel Temer.