O fator
determinante quanto à permanência de Michel Temer à frente do Palácio do
Planalto está focado nas eleições presidenciais de 2018 e não se deve ser
aberto processo contra ele, por corrupção passiva, pelo Supremo Tribunal
Federal (STF).
O PSDB sonha em
voltar a ter o controle da política nacional e, para tanto, eleger o próximo
presidente da república, seja ele qual for o seu candidato, – se Geraldo Alckmin,
João Dória, ou mesmo o enfraquecido Aécio Neves – é uma das suas estratégias.
A outra é ter
o velho companheiro, o Partido Democratas (DEM), do presidente da Câmara dos
Deputados, Rodrigo Maia, ao seu lado, cabendo a este indicar o candidato à
vice-presidente.
É em razão dessas
duas estratégias que os tucanos relutam entre derrubar Temer agora, votando a
favor da autorização da abertura do processo, ou deixá-lo arquejando até
outubro do próximo ano; tudo vai depender se Rodrigo Maia, caso venha assumir a
presidência da república pela via indireta, possa disputar uma reeleição.
Tudo vai
depender da vontade política do presidente da Câmara dos Deputados.
Se ele concordar
em abrir mão da disputa à reeleição, o PSDB irá trabalhar pela saída imediata
de Michel Temer, do contrário, o partido fará a opção por tentar garantir a sua
permanência à frente do governo, para não ter que enfrentar o deputado Rodrigo
Maia com a faixa presidencial no peito.
O DEM é um
partido pequeno, tanto que Rodrigo Maia envolveu-se na recente queda de braço
com Michel Temer, para conquistar parlamentares que estão desembarcando do PSB,
e não conta com nomes importantes nos seus quadros que possam pleitear uma vaga
na disputa presidencial, a exceção, evidentemente do próprio Maia, ao contrário
do PSDB que conta com uma bancada robusta, tanto no Senado Federal como na
Câmara dos Deputados, e tem nomes de peso, entre eles, José Serra, Geraldo Alckmin
e Aécio Neves que já disputaram a presidência da república.
Rodrigo Maia
conhece muito bem as estratégias dos tucanos para tentar voltar a ocupar o Palácio
do Planalto e, também, tem as suas estratégias definidas, não só para ocupar de
imediato a cadeira presidencial, como vencer as eleições de 2018 que
garantiriam a ele mais quatro anos de governo.
Uma dessas
estratégias é descolar o seu partido (DEM) do PSDB que, certamente, ficará
rachado, depois que for escolhido o candidato a presidente da república, e não
será difícil Maia atrair para perto de si os futuros tucanos descontentes.