Enquanto os brasileiros ficam de olho na televisão, aguardando o anúncio de entrega da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF), Michel Temer monta com os seus principais aliados a estratégia para barrar a medida.
Só relembrando, após receber a denúncia, o STF deverá encaminhá-la à Câmara dos Deputados que é quem autoriza abertura de processo contra o Presidente da República.
A solicitação para processar Temer irá primeiro para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e só depois de votado o parecer do relator da matéria é que segue para o plenário da Casa, onde, para ser aprovado, precisa do voto de pelo menos dois terços dos parlamentares.
Temer quer barrar o pedido já na CCJ e, para tanto, os seus aliados estão substituindo alguns nomes duvidosos por outros de confiança.
Sem a autorização da Câmara dos Deputados o STF não poderá abrir o processo, ainda que a denúncia encaminhada pela PGR contenha provas robustas contra Temer.
Nada poderá ser feito, se os parlamentares não derem a autorização, a não ser o povo bater suas panelas em sinal de protesto, mas, estas estão em silêncio faz tempo.
Se Temer ganhar esta batalha, a possibilidade de ele permanecer no governo até o final aumenta consideravelmente.
Aliás, sobre essa possibilidade, até o PT está achando que dos males é o melhor, afinal de contas, com o Temer enfraquecido e Aécio fora de combate, vencer os outros concorrentes não seria uma tarefa das mais difíceis, mesmo que o juiz Moro venha a condenar o ex-presidente Lula.