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segunda-feira, 26 de junho de 2017

O PREÇO POLÍTICO DA DEMOCRACIA

François Hollande fez uma administração tão desastrosa na França que, acossado pelos baixíssimos índices de popularidade e de avaliação do seu governo, não teve coragem de disputar as últimas eleições, tornando-se o primeiro presidente francês, depois da segunda grande guerra, a abrir mão de tentar a reeleição.

Já o seu partido, que era majoritário na Assembleia Nacional, despencou nas últimas eleições legislativas e conquistou menos de 30 assentos no parlamento francês.

Hollande passou os cinco anos do seu mandato sob cerrada crítica dos seus opositores e quase sempre era hostilizado durante as cerimônias públicas que participava, quando grupos organizados gritavam “Hollande demission”, o correspondente brasileiro ao “Fora Hollande”.

O mais interessante dessa história toda, porém, é que a sua base de sustentação política na Assembleia Nacional não se pulverizou, garantindo-lhe, portanto, condições de governabilidade, ainda que corressem o risco de sofrerem um revés nas eleições, como de fato aconteceu.

Mas, esse é o preço que se paga pelo exercício pleno da democracia.


A França nunca se quedou e jamais se quedará diante de aventureiros que aspiram conquistar o poder por outros meios que não seja o voto do eleitor.