Lembrar um pouco a história, ainda recente, do país é importante
para se compreender a gravidade do momento político atualmente vivenciado e
quais poderão ser os rumos tomados pelos seus principais atores.
Quando do processo movido contra o então presidente Fernando
Collor de Melo, o deputado federal Onaireves Moura – Onaireves é Severiano ao
contrário e quem a vem a ser o nome do seu pai –, do PSD do Paraná, integrante
da tropa de choque de apoio ao presidente, protagonizou uma das cenas mais
bizarras da época.
Às
vésperas da votação da abertura do processo de impeachment de Collor na Câmara
dos Deputados, no dia 28 de setembro de 1992, Onaireves promoveu um jantar em
sua casa, no lago sul em Brasília, que reuniu apoiadores do governo e o próprio
presidente que chegou ao recinto de helicóptero.
Vários
deputados presentes, inclusive o próprio anfitrião, declararam apoio
incondicional a Fernando Collor que saiu da casa do aliado com a certeza de que
o processo seria rejeitado.
No
dia seguinte, Collor sofreria uma derrota acachapante.
A
abertura do processo foi aprovado por 441 votos e, para espanto geral, inclusive
do então presidente, o deputado Onaireves, o aliado que abriu as portas da sua
casa para o histórico jantar, votou a favor do impeachment.
Diante
de tais fatos históricos, resta saber quem serão os “Onaireves” de Michel
Temer.
Candidatos
não faltam, inclusive dentro do próprio partido de Temer, o PMDB,
principalmente se a votação for aberta, o que possibilitará, a cada um dos brasileiros,
saber como votou o seu representante no Casa do Povo.
O
que fará Temer se o parecer da CCJ da Câmara dos Deputados for a favor da
abertura do processo proposto pela Procuradoria-Geral?
Ele renuncia
antes de ela seguir a plenário ou paga pra ver e sai para o tudo ou nada no
plenário?