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quarta-feira, 28 de junho de 2017

O ELEITOR BRASILEIRO PRECISA REVER SUAS ATITUDES

Os leitores que já se deliciaram com a leitura do famoso best-seller de autoria de Saint-Exupéry, O Pequeno Príncipe, e não foram poucos, uma vez que, mais de 143 milhões de exemplares foram vendidos pelo mundo afora, nunca mais se esqueceram da famosa frase “tu de tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”.

Tomando como mote a frase acima, e trazendo-a para o contexto político brasileiro, cunha-se a seguinte:

Tu te tornas responsável pelo político que elegeu.

Portanto, encerradas as eleições, não adianta chorar o leite derramado, já que os eleitores tiveram a liberdade de fazer as suas escolhas; e fazer a escolha errada pode resultar numa penosa espera de quatro anos, até que novas eleições sejam realizadas.

O problema é que os eleitores costumam esquecer o ocorrido no passado e voltam a eleger os mesmos dos mesmos, contribuindo, em muitos casos, para a perpetuação de oligarquias que dominam o poder a ferro e fogo, como se fosse propriedade sua.

Pesquisa recente realizada na Câmara dos Deputados aponta que a grande maioria das cadeiras no parlamento nacional é ocupada por representantes de grupos familiares que estão no poder desde o período da monarquia.

A “lei” que garante a transmissão de poder de pai para filho, portanto, impera na política brasileira há décadas, cabendo ao eleitor, tão somente, o papel coadjuvante de referendar o nome escolhido para prosseguir com o legado familiar dos grupos dominantes.

É fato que a renovação na política brasileira impõe-se como medida a ser adotada de imediato, sob pena de os brasileiros continuarem marcando passo, como nos desfiles militares, sem sair do lugar.

A coragem de mudar, além de ser uma prática democrática a ser exercitada, até porque a democracia apregoa, justamente, a alternância de poder, significa experimentar novas propostas, ou seja, rejeitar as velhas práticas, muitas vezes já exauridas, senão corrompidas, e buscar algo novo, que esteja descontaminado.

Foi isso o que fez os eleitores da França ao eleger Emmanuel Macron, um quase neófito na política, presidente do país e lhe garantir, trinta dias depois, folgada maioria na Assembleia Nacional.


Mudar, portanto, nada mais é do que rejeitar, em todos os seus termos, as velhas práticas coronelistas que imperam no Brasil desde o período colonial, mas, para tanto, exige coragem e determinação por parte do eleitor.