Os leitores que já se deliciaram com a leitura do famoso best-seller de autoria de
Saint-Exupéry, O Pequeno Príncipe, e não foram poucos, uma vez que, mais de 143
milhões de exemplares foram vendidos pelo mundo afora, nunca mais se esqueceram
da famosa frase “tu de tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”.
Tomando
como mote a frase acima, e trazendo-a para o contexto político brasileiro,
cunha-se a seguinte:
Tu
te tornas responsável pelo político que elegeu.
Portanto,
encerradas as eleições, não adianta chorar o leite derramado, já que os
eleitores tiveram a liberdade de fazer as suas escolhas; e fazer a escolha
errada pode resultar numa penosa espera de quatro anos, até que novas eleições
sejam realizadas.
O
problema é que os eleitores costumam esquecer o ocorrido no passado e voltam a
eleger os mesmos dos mesmos, contribuindo, em muitos casos, para a perpetuação
de oligarquias que dominam o poder a ferro e fogo, como se fosse propriedade
sua.
Pesquisa
recente realizada na Câmara dos Deputados aponta que a grande maioria das
cadeiras no parlamento nacional é ocupada por representantes de grupos
familiares que estão no poder desde o período da monarquia.
A
“lei” que garante a transmissão de poder de pai para filho, portanto, impera na
política brasileira há décadas, cabendo ao eleitor, tão somente, o papel
coadjuvante de referendar o nome escolhido para prosseguir com o legado
familiar dos grupos dominantes.
É
fato que a renovação na política brasileira impõe-se como medida a ser adotada
de imediato, sob pena de os brasileiros continuarem marcando passo, como nos
desfiles militares, sem sair do lugar.
A
coragem de mudar, além de ser uma prática democrática a ser exercitada, até
porque a democracia apregoa, justamente, a alternância de poder, significa
experimentar novas propostas, ou seja, rejeitar as velhas práticas, muitas
vezes já exauridas, senão corrompidas, e buscar algo novo, que esteja
descontaminado.
Foi
isso o que fez os eleitores da França ao eleger Emmanuel Macron, um quase
neófito na política, presidente do país e lhe garantir, trinta dias depois,
folgada maioria na Assembleia Nacional.
Mudar,
portanto, nada mais é do que rejeitar, em todos os seus termos, as velhas
práticas coronelistas que imperam no Brasil desde o período colonial, mas, para
tanto, exige coragem e determinação por parte do eleitor.