A prisão do mensageiro, como o principal acionista da JBS, Joesley
Batista, chama Geddel Vieira Lima, na última segunda-feira, 3, trouxe para o
governo uma nova preocupação relacionada a quais membros do chamado núcleo do poder
federal estaria na mira do Procurador-Geral da República (PGR), Rodrigo Janot.
As apostas palacianas estão recaindo sobre as cabeças de Eliseu Padilha,
Ministro-Chefe da Casa Civil, e Moreira Franco, da Secretaria-Geral, que ganhou
status de ministro, com o aval do Supremo Tribunal Federal (STF), para ter
direito a foro privilegiado, aquela armação que a Dilma tentou fazer com Lula,
mas que o STF impediu.
Os dois, que são os auxiliares mais próximos de Michel Temer, têm algo
em comum a compartilhar; ambos são investigados na Operação Lava Jato e foram citados
nas últimas delações premiadas.
Diferente, porém, da situação de Geddel Vieira
Lima, cujo pedido de prisão foi formulado à 10ª Vara Federal de Brasília, no
caso de haver pedido de prisão contra Eliseu Padilha e Moreira Franco, as
mesmas devem ser encaminhadas ao STF em função do foro privilegiado.
Se as suspeitas do Palácio do Planalto se
confirmarem, e os dois auxiliares tiverem decretadas as suas prisões, será um
duro e contundente golpe em Michel Temer que passará pelo inédito e lamentável
constrangimento de ver dois auxiliares diretos do seu governo atrás das grades.
E, nesse caso, não restará outra alternativa a
Temer, senão exonerar os seus dois auxiliares.