Inconformado com os resultados das
eleições presidenciais de 2014, que resultou na derrota do seu candidato, senador
Aécio Neves, o PSDB resolveu montar uma bem elaborada estratégia para, mesmo sendo derrotado
nas urnas, ainda que uma diferença muito pequena, buscar alcançar o poder que o
povo não lhe conferiu no voto.
Depois de conquistar o apoio de setores
conservadores da imprensa e do empresariado nacional, o líder maior do partido,
senador Aécio Neves resolveu bater à porta do Palácio do Jaburu com o objetivo
de convencer o seu morador, o então vice-presidente Michel Temer, a fazer parte
do esquema.
Temer aceitou participar da trama na certeza
que herdaria a cadeira presidencial que Aécio ambicionava, enquanto este
contava com o julgamento favorável da ação impetrada por seu partido, que pedia
a cassação da chapa Dilma/Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso
de poder político e econômico.
O PSDB, portanto, acreditava que, ao final, destronaria,
primeiro Dilma, como de fato aconteceu, e depois Temer, conquistando no tapetão
o cargo que lhe fora negado pelos eleitores brasileiros.
O que aconteceu, na verdade, foi que Michel
Temer agarrou-se à cadeira presidencial com tal ímpeto que de lá só sairá se o
Supremo Tribunal Federal (STF) vier a condená-lo pela prática de alguns dos
crimes comuns que lhe são imputados pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Quanto a Aécio Neves, as delações de Joelson
Batista colocaram-no a um passo de ser preso e, além de perder, ainda que
provisoriamente, o comando do seu partido para o senador cearense Tasso
Jereissati, tem, agora, que conviver com a sombra do prefeito de São Paulo,
João Dória, que trabalha para ser o candidato tucano nas próximas eleições
presidenciais.
O prestígio do senador mineiro Aécio Neves dentro
do seu partido está quase reduzido a pó e suas posições, como, por exemplo, a
de permanecer sob o guarda-chuva do governo federal, praticamente, não encontra
eco na cúpula partidária.