A saída do senador alagoano Renan
Calheiros da liderança do PMDB no Senado Federal era só uma questão de tempo e
ele só permanecia no cargo porque o governo não queria bater de frente e,
portanto, entrar em rota de colisão com um membro do próprio partido e que é
tido como sendo um grande articulador no Congresso Nacional.
A partir do momento em que o senador
Renan passou a criticar o governo, ele perdeu totalmente a confiança de Michel
Temer e já era tido por aliados próximos do "presidente" como uma
carta fora do baralho, mas, a sua situação complicou-se ainda mais quando adotou
uma posição de crítico da reforma trabalhista.
Ao entregar o cargo que ocupava de
líder do PMDB, Renan antecipou-se ao senador Romero Jucá, líder do governo no
senado e presidente interino do partido, que já havia confidenciado a aliados
que, ao término da sessão da Comissão de Constituição e Justiça, iria ao
Palácio do Planalto pedir a Temer a cabeça do líder.
Renan anunciou, oficialmente, a sua saída da liderança do PMDB da tribuna do Senado Federal em pronunciamento iniciado por volta das 17 horas, afirmando que não seria líder de papel, que não tinha vocação para marionetes e que não lhe caberia liderar um PMDB que age contra o trabalhador.
O senador Renan Calheiros torna-se um
crítico de Michel Temer que ajudou a colocar no Palácio do Planalto e, com a
sua saída da liderança do PMDB no Senado, o governo ganha um adversário
com voz ferina e sagaz, que, acima de tudo, conhece como poucos os "podres
poderes" da república.
Renan vira um crítico de
Michel Temer que ajudou a colocar no Palácio do Planalto