É
costume recorrente no Brasil afirmar-se que a disputa eleitoral trata-se de um
processo muito caro e, portanto, eleições a cada dois anos seriam altamente
prejudiciais aos interesses do país.
Dentro
desse espírito “economicista”, poucos não são aqueles que apregoam a
uniformização das eleições, propondo, portanto, que, numa mesma data, sejam
eleitos o presidente da república, os governadores, os prefeitos, os senadores,
os deputados federais, os deputados estaduais e os vereadores.
Ufa!
São
muitos números de candidatos a ser digitados na urna eletrônica numa mesma eleição.
Vejamos,
porém, o exemplo da França que, em menos de dois meses, a sua população foi às
urnas em três oportunidades.
A
primeira, para a eleição do presidente da república.
A
segunda, trinta dias depois, para escolha, em primeiro turno, dos candidatos à
Assembleia Nacional.
E
a terceira, uma semana depois, para escolher, dentre os candidatos que
obtiveram, pelo menos, 12,5% do total dos votos, os seus representantes na
Assembleia Nacional.
Ufa!
É
muita eleição em tão pouco tempo.
Isso
sem contar que, no regime parlamentarista, se o líder do partido mais votado
não conseguir formar um bloco supraparlamentar, que lhe dê condições de
governabilidade, novas eleições serão marcadas.
Tudo em nome da democracia e da soberania popular.
A conclusão a que se chega é que eleição nunca é demais.
Talvez
o que exista mesmo é que brasileiro ainda não tenha retomado o gosto pela liberdade de se manifestar
livremente que lhe foi roubado durante a vigência do regime militar.