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sexta-feira, 23 de junho de 2017

O CUSTO DE UMA ELEIÇÃO

É costume recorrente no Brasil afirmar-se que a disputa eleitoral trata-se de um processo muito caro e, portanto, eleições a cada dois anos seriam altamente prejudiciais aos interesses do país.

Dentro desse espírito “economicista”, poucos não são aqueles que apregoam a uniformização das eleições, propondo, portanto, que, numa mesma data, sejam eleitos o presidente da república, os governadores, os prefeitos, os senadores, os deputados federais, os deputados estaduais e os vereadores.

Ufa!

São muitos números de candidatos a ser digitados na urna eletrônica numa mesma eleição.

Vejamos, porém, o exemplo da França que, em menos de dois meses, a sua população foi às urnas em três oportunidades.

A primeira, para a eleição do presidente da república.

A segunda, trinta dias depois, para escolha, em primeiro turno, dos candidatos à Assembleia Nacional.

E a terceira, uma semana depois, para escolher, dentre os candidatos que obtiveram, pelo menos, 12,5% do total dos votos, os seus representantes na Assembleia Nacional.

Ufa!

É muita eleição em tão pouco tempo.

Isso sem contar que, no regime parlamentarista, se o líder do partido mais votado não conseguir formar um bloco supraparlamentar, que lhe dê condições de governabilidade, novas eleições serão marcadas.

Tudo em nome da democracia e da soberania popular.

A conclusão a que se chega é que eleição nunca é demais.


Talvez o que exista mesmo é que brasileiro ainda não tenha retomado o gosto pela liberdade de se manifestar livremente que lhe foi roubado durante a vigência do regime militar.