O
aeroporto da paradisíaca Jericoacoara cearense, que, na verdade, fica na
vizinha cidade de Cruz, foi inaugurado no último sábado, com a chegada da
primeira aeronave da empresa Gol, vinda diretamente de São Paulo, em voo
direto, trazendo a bordo uma penca de políticos, assessores e aliados do
governo estadual cearense, capitaneados pelo governador Camilo Santana.
Além
do largo sorriso estampado nas faces, os alegres convidados do governador
ostentavam em suas cabeças prosaicos chapéus de palha.
Antes
do embarque na capital paulista, alguns fizeram selfies em frente ao painel que
anunciava o “histórico” embarque e postaram nas redes sociais.
O pouso da aeronave no novo aeroporto foi acompanhado pelo olhar atento de milhares de moradores de Cruz, maravilhados diante de uma imagem inédita que colocou a pequena cidade no mapa aeroviário mundial.
O pouso da aeronave no novo aeroporto foi acompanhado pelo olhar atento de milhares de moradores de Cruz, maravilhados diante de uma imagem inédita que colocou a pequena cidade no mapa aeroviário mundial.
O voo inaugural, anunciado como comercial, na verdade, não passou de um voo fretado, e não foi divulgado quem foi o responsável pelo fretamento ou se foi fruto de uma cortesia da própria companhia.
Espera-se
que não tenha sido o governo quem se responsabilizou pelo pagamento da fatura,
afinal de contas, o Estado tem outras prioridades a enfrentar, como o abastecimento d´água
para as comunidades e o combate à violência que está desenfreada.
Com
todo o ufanismo e exagero que é próprio em eventos desta natureza, o governo
estadual anunciou que voos semanais sairão de vários destinos em direção ao
aeroporto recém-inaugurado, o que contribuirá para o incremento do turismo em
Jeriocoacoara e o desenvolvimento da economia na região.
Tomara que se concretize tais previsões, desde que não venha a comprometer o equilíbrio ecossistêmico daquele belo paraíso natural.
Tomara que se concretize tais previsões, desde que não venha a comprometer o equilíbrio ecossistêmico daquele belo paraíso natural.
E o aeroporto, após alguns
momentos de euforia passageira, não tenha o mesmo destino do aeroporto de
Aracati que só assiste aos pousos e decolagens dos urubus – as aves mesmos –
que vivem em suas imediações e nem se preste, tão somente, para receber eventuais voos charter, afinal de contas, foram substanciais os recursos públicos empregados na sua construção.