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quarta-feira, 12 de julho de 2017

O PODER LEGISLATIVO DEVE SER VALORIZADO

Sempre que a grande imprensa noticia casos de atividades ilícitas praticadas por parlamentares, que, evidentemente, ninguém admite e que mancham a dignidade do cargo que ocupam, visto que tais cidadãos representam o conjunto da sociedade brasileira, surgem aqueles que defendem a diminuição do Poder Legislativo, sobretudo quanto ao número de cadeiras no parlamento, como se essa fosse a solução.

Antes, porém, de se levantar a bandeira de um legislativo pequeno, é preciso observar que os deputados federais, seja no Brasil ou em outro país qualquer, são representantes do povo e os senadores representantes dos Estados federados com atribuições claras definidas no texto constitucional, como, por exemplo, legislar e fiscalizar o poder executivo.

Outra bandeira sempre levantada por aqueles que defendem a diminuição do parlamento é a redução das despesas, vistas aos olhos da opinião pública como extremamente elevada, sobretudo quando se leva em consideração os gastos dos parlamentares no desempenho dos seus mandatos, o que é ledo engano.

As receitas definidas no orçamento seja ele da União, dos Estados federados ou dos municípios, e que é elaborado anualmente, é repartida, percentualmente, entre os três poderes – Legislativo, Executivo e Judiciário – cabendo, porém, por razões óbvias a maior fatia para o Executivo.

Dessa forma, o Poder Legislativo, independente do número de cadeiras que constitui o parlamento, receberá, sempre, a mesma parte que lhe cabe no orçamento, conforme percentuais estabelecidos na Constituição Federal.

É preciso observar, também, que o tamanho do parlamento brasileiro não é diferente dos demais países.

Para ficarmos só em três exemplos, vejamos as situações na França, na Itália, cujas áreas territoriais são bem inferiores às do Brasil, e no Estados Unidos, que tem um território equivalente ao brasileiro.

Na França são eleitos 577 deputados e 348 senadores e na Itália 630 deputados e 315 senadores, sendo que, no senado italiano existe a figura do senador vitalício, normalmente um cargo ocupado por ex-presidentes da república.

Já o parlamento dos Estados Unidos é composto por 435 deputados e 100 senadores, só que o modelo da democracia norte-americana, adotada desde a independência daquele país, só comporta o funcionamento de dois partidos – Democrata e Republicano – que, na essência, seguem uma mesma ideologia, alicerçada no chamado capitalismo selvagem, o que significa dizer que são pouco representativos em relação ao conjunto da sociedade.

A diminuição do tamanho do Poder Legislativo não resulta em maior moralidade, ou uma maior austeridade em relação aos gastos públicos, pelo contrário, só irá contribuir para que setores importantes da sociedade, com menor peso econômico, não se façam representar no parlamento.


A moralidade do Poder Legislativo depende de uma maior participação da sociedade civil organizada, fiscalizando as atividades dos parlamentares e denunciando casos que exorbitem às suas funções, e, principalmente, de uma atuação democrática e honesta do eleitor no momento de fazer as suas escolhas perante a urna eleitoral.