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sábado, 1 de julho de 2017

L'ETAT C'EST MOI

No século XVIII, o rei era detentor do poder absoluto, portanto, somente ele podia legislar, governar, exercer a justiça e comandar os exércitos.

Esse sistema político forte, pessoal e sem leis que regulassem o poder supremo real ficou conhecido como absolutismo.

O rei francês Luís XIV era dono de tanto poder no período absolutista que chegou a declarar a célebre frase L’etat est moi (O Estado sou seu).

Em volta do rei absolutista viviam numerosos nobres, que formavam a corte real, sempre prontos a adular o rei em troca de privilégios e pata ter o direito de desfrutar uma vida de prazeres e luxo.

O rei absolutista controlava a nobreza tirando-lhes a força política e militar e evitando contestações e rivalidades que ameaçassem o poder real.

Para ter a nobreza sob o seu controle total, o rei a distraia organizando jogos, caçadas, banquetes, bailes e espetáculos teatrais.

Uma dama da nobreza francesa desse período, em carta a uma amiga, descreveu como era o seu dia na corte: “Caçamos toda a manhã, voltamos por volta de 3 horas da tarde, trocamo-nos, subimos para jogar até as sete. Depois fomos à peça, que nunca acaba antes das dez e meia, então à janta e depois para o baile até às três da manhã".

O absolutismo chegou ao Brasil com as caravelas que trouxeram a corte portuguesa que fugia das tropas de Napoleão Bonaparte e deixou marcas tão profundas que, nos tempos atuais, ainda é possível encontrar gestores públicos que agem ou se portam como se vivessem no século XVIII.


Ao que parece, esses gestores públicos sequer conhecem o que reza a Constituição Federal vigente no parágrafo único do seu artigo 1º que confere o poder, não a eles, mas ao povo.