O
ex-deputado federal Eduardo Cunha, preso no complexo penal de Curitiba desde
outubro do ano passado, está se preparando para negociar, junto à
Procuradoria-Geral da República (PGR), a sua delação premiada que poderá se
tornar na mais devastadora entre as delações até então homologadas pelo Supremo
Tribunal Federal (STF).
No
final do mês de março último, Eduardo Cunha foi condenado pelo Juiz Sérgio Moro
a quinze anos de prisão e ainda responde a outras duas ações penais, uma em
tramitação na 10ª Vara Federal em
Brasília e a outra na 13ª Vara Federal de Curitiba.
Se
for confirmada a delação do deputado cassado, o governo de Michel Temer e
vários congressistas do Congresso Nacional perderão noites preciosas de sono,
pois sabem que virá chumbo grosso pela frente.
O
atual Procurador-Geral, Rodrigo Janot, deu um recado claro a quem está contando
os dias para sua saída da chefia da Procuradoria que deverá acontecer no
próximo mês de setembro, quando será substituído pela escolhida de Temer , a Subprocuradora-Geral
Raquel Dodge.
Janot
disse para uma atenta plateia que até o dia da sua saída ele continuará com a
caneta na mão e que “enquanto houver bambu haverá flechas”.
A
possível delação de Eduardo Cunha poderá se tornar a pá de cal do governo Temer
que já tem marcado na sua agenda a missão inglória de enfrentar três acusações
da PGR.
Apesar
do otimismo demonstrado pelo próprio Temer, assessores próximos e os principais
aliados na Câmara dos Deputados, onde o pedido de autorização para processá-lo
será votado, acreditam que a situação atual é preocupante e que não é possível
fazer qualquer prognóstico favorável.
Nesse
caso, a delação de Cunha irá jogar mais combustível nessa explosiva situação em
que se encontra Michel Temer desde que as delações dos principais donos do
grupo JBS foram homologadas pelo ministro Luiz Edson Facchin.