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segunda-feira, 3 de julho de 2017

DEMOCRACIA EXIGE PACIÊNCIA E LONGO APRENDIZADO

Pesquisa recente, divulgada pelo Instituto Datafolha nesta segunda-feira, 03, sinaliza que, aos poucos, a sociedade brasileira vem se dando conta de que, mais uma vez, caiu no conto do vigário, como sempre, armado por políticos inescrupulosos que querem chegar ao poder a todo custo, mesmo que não tenha o apoio da maioria da população.

Foi assim em 1930, quando os militares derrubaram Washington Luís da presidência da república e ajudaram Getúlio Vargas, que fora derrotado nas urnas por Júlio Prestes, a assumir o poder do qual só sairia em 1945, por força de pressões exercidas pelo próprio núcleo militar que o apoiou no início.

O mesmo Vargas seria pressionado, novamente, em 1954, e preferiu o suicídio a ser destituído por apoiadores de Carlos Lacerda que armara uma tentativa de golpe para derrubá-lo do poder.

O mesmo Carlos Lacerda que tentou impedir a posse de Juscelino Kubitschek na presidência da república, em 1955, através de uma tentativa frustrada de golpe, com o apoio de setores da Aeronáutica.

Como governador do então Estado da Guanabara, Carlos Lacerda foi um dos líderes civis do golpe de 1964 que tomou o poder do presidente constitucionalmente eleito, João Goulart, na esperança de que assumiria a cobiçada presidência da república, sob as bênçãos dos militares.

Deu tudo errado, porque, daquela vez, os militares resolveram que eles mesmos é que assumiriam o poder e deu no que deu; anos de ferrenha ditadura militar que, dentre tantas arbitrariedades cometidas, baniu vários políticos da vida pública, inclusive o próprio Lacerda.

Michel Temer, com o apoio de setores importantes da economia brasileira, tendo o então poderoso Eduardo Cunha como executor político da estratégia montada para desestabilizar o governo Dilma, preparou o golpe vitorioso de 2015 e assumiu o poder.

A população, mais uma vez ludibriada por notícias falsas plantadas por parte da imprensa conivente, como fizera em 1964, apoio o golpe vitorioso.

Agora que a realidade vem à tona, bate o arrependimento, mas Inês é morta.

Fica, porém, a lição mostrada por esses e outros tantos episódios políticos que sempre colocaram em risco a sempre frágil democracia brasileira.

O voto soberano da maioria deve ser respeitado  e crises políticas, como de resto ocorrem no mundo todo, já está demonstrado, não se resolve, simplesmente, apeando o titular do poder por força de uma canetada, mas, através do voto popular, a não ser que o presidente tenha cometido crime de responsabilidade